O funeral umbandista é dividido em duas partes: purificação do corpo e do espírito, que acontece somente com a presença do Sacerdote, ajudante e um parente e depois a cerimônia social para encomenda do espírito realizada no velório e no túmulo. Ainda no necrotério, antes de vestir o corpo do desencarnado, o Sacerdote procede com alguns atos como:
– Purificação do corpo com incenso: Primeiro ato para a purificação energética do corpo físico e do espírito que na maioria das vezes ainda está próximo ao corpo. Caso não esteja, o corpo é seu endereço vibratório e onde estiver o espírito o mesmo receberá esta purificação. As ervas queimadas na brasa propagam através do ar suas qualidades purificadoras e imantadoras do espírito;
– Purificação do corpo com água consagrada: É o mesmo que água benta; neste momento cria-se uma diluição de qualquer energia material ainda presente no corpo e no espírito do desencarnado;
– Cruzamento com a pemba consagrada: Neste ato se faz uma cruz na testa, garganta, peito, plexo, umbigo e costas das mãos e pés para desligar qualquer iniciação ou cruzamentos feitos na encarnação desobrigando o espírito a responder aos iniciadores do plano físico, desta forma se neutraliza;
– Cruzamento com óleo de oliva consagrado: Repete o ato de cruzamento acima e também cruza o ori (coroa) para que libere do chakra coronário qualquer firmeza de forças purificando o espírito e o livrando de qualquer chamamento por alguém que se acha superior querendo prejudicar o desencarnado;
– Aspergir com essências e óleos aromáticos: Aspergir todo o corpo para criar uma aura positiva e perfumada em volta do espírito, protegendo-o de qualquer entrechoque energético;
Esta é a primeira parte do funeral. Após isto o corpo será vestido e levado ao velório. Então, momentos antes do enterro, é ministrada a cerimônia fúnebre de encomenda do espírito:
RITUAL DE PURIFICAÇÃO DO CORPO E ENCAMINHAMENTO DO ESPÍRITO
Purificação do Corpo:
- Purificação do corpo com incenso
- Purificação do corpo com água consagrada
- Cruzamento do corpo com a pemba branca consagrada
- Cruzamento do corpo com óleo de oliva consagrado
- Borrifação do corpo com essências e óleos aromáticos
Encomenda do Espírito:
- Apresentação do falecido
- Palavras acerca dos espíritos
- Prece ao Divino Criador Olorum
- Canto de Oxalá
- Hino de Umbanda
- Canto de Obaluaiyê
- Canto ao Orixá de cabeça do falecido
- Despedida dos presentes
- Fechamento da arca funerária (caixão)
- Transporte do corpo ao cemitério
- Enterro do corpo
- Cruzamento da cova onde foi enterrado
Purificação do Corpo: como o sacerdote umbandista deve proceder
- Purificação do corpo com incenso: o sacerdote deve incensar o corpo do falecido proferindo estas palavras:
– Irmão (nome completo) neste momento eu incenso o seu antigo corpo carnal e peço a Deus que onde você estiver neste momento que o seu espírito receba este incensamento e sejam purificados de todos os resquícios materiais ainda agregados nele, tornando-o mais leve e mais puro para que você possa alçar seu vôo espiritual rumo às esferas superiores da vida.
- Purificação do corpo com a água consagrada:
– Irmão (nome completo) neste momento eu purifico o seu antigo corpo carnal com a água consagrada e peço a Deus que onde você estiver neste momento que o seu espírito receba esta purificação de todos os resquícios materiais ainda agregados nele, tornando-o mais puro para que você possa alçar seu vôo espiritual rumo às esferas superiores da vida. excluir
- Cruzamento com a pemba branca consagrada: – Cruzar a testa, a garganta e as costas das mãos, dizendo estas palavras:
– Irmão (nome completo) neste momento eu cruzo o seu antigo corpo carnal com a pemba branca consagrada e peço a Deus que onde você estiver neste momento que o seu espírito fique livre de todos os resquícios dos cruzamentos materiais ainda agregados nele, desobrigando-o de responder àqueles que fizeram esses cruzamentos em você quando ainda vivia no plano material e com isso torno-o livre para que você possa alçar seu vôo espiritual rumo às esferas superiores da vida.
- Cruzamento com o óleo de oliva consagrado: – Untar o ori, cruzar a testa, cruzar as costas das mãos e o peito do corpo do falecido, dizendo estas palavras:
– Irmão (nome completo) neste momento eu unto o seu ori anulando nele todos os resquícios das firmezas de forças feitas em sua coroa e retiro dela a mão de quem as fez purificando o seu espírito e livrando-o de ter que responder aos chamamentos de quem quer que seja e que tenha permanecido no plano material ou de quem quer que seja e que ainda se sinta seu superior e seu responsável nos assuntos relacionados as suas antigas práticas religiosas, e com isso torno-o livre para que você possa alçar seu vôo espiritual rumo às esferas superiores da vida.
- Aspergir com essências e óleos aromáticos:
– Aspergir com uma essência aromática desde a cabeça até os pés, o corpo do falecido
– Aspergir com um óleo aromático desde a cabeça até os pés, o corpo do falecido.
Durante esses atos devem ser ditas estas palavras: – Irmão (nome completo) onde quer que você esteja neste momento que o seu espírito seja envolvido por esta essência e este óleo para que assim você possa alçar seu vôo rumo às esferas superiores envolto numa aura perfumada e com o seu espírito livre de quaisquer resquícios materiais que nele ainda pudessem ter restado.
Encomenda do Espírito excluir
- Apresentação do falecido: – O próprio sacerdote ministrante ou uma pessoa que conheceu bem o falecido deve neste momento da cerimônia fúnebre dizer algumas palavras sobre ele aos presentes.
- Palavras acerca da missão do espírito que encarna: – O sacerdote ministrante deve recitar algum texto escolhido por ele ou recitar de si mesmo algumas palavras acerca da missão do espírito que encarna e do que ele leva para o mundo dos espíritos quando do seu retorno à morada maior.
III. Prece ao Divino Criador Olorum ( Deus): Olorum, Senhor nosso Deus e nosso Divino Criador, ei-nos reunidos à volta do corpo carnal do teu filho (citar nome completo) que cumpriu sua passagem pela terra com fé, amor, e confiança, e não esmoreceu em momento algum diante das provações a que se submeteu para que pudesse evoluir e aperfeiçoar ainda mais a sua consciência acerca da Tua Grandeza, Senhor Nosso Pai! Acolha seu espírito que já retornou ao mundo maior onde está a morada dos que O servem com humildade, fé e caridade Senhor Nosso Pai! Envolva-o na Tua Luz Divina e Ampare-o no Teu amor eterno, Senhor Nosso Pai. Amém!
- Canto de Oxalá: – O sacerdote ministrante ou a corimba deve puxar um ponto cantado de Oxalá, e após ele terminar deve dirigir algumas palavras a este Orixá maior na Umbanda solicitando-lhe que acolha o espírito do falecido, ampare-o e direcione-o para as esferas superiores do mundo espiritual.
- Hino de Umbanda: – O sacerdote ministrante ou a corimba deve cantar o hino de Umbanda em homenagem ao espírito do falecido que durante a sua passagem pela terra seguiu a religião umbandista. excluir
- Canto de Obaluaiyê: – O sacerdote ministrante ou a corimba deve cantar um ponto de Obaluaiyê e após ele terminar deve dirigir algumas palavras a este Orixá que é o Senhor das Almas e do Campo Santo para que acolha o espírito do falecido e ampare-o durante o seu transe de passagem do plano material para o plano espiritual direcionando-o para o seu lugar nas esferas espirituais.
VII. Canto ao Orixá de cabeça do falecido: – O sacerdote ministrante deve proferir algumas palavras sobre o Orixá de cabeça do falecido pedindo-lhe que ampare o espírito do seu filho(a) durante seu retorno ao mundo dos espíritos.
VIII. Despedida dos presentes na cerimônia: – Todos os presentes, começando pelos seus familiares devem dar a volta no caixão onde está depositado o corpo do falecido despedindo-se dele e desejando-lhe uma vida luminosa e virtuosa no mundo espiritual.
- Fechamento do caixão: – O caixão deve ser fechado pela pessoa responsável pela funerária encarregada do seu enterro.
- Transporte do corpo ao cemitério: – Se esta cerimônia foi realizada no centro onde o falecido freqüentava ou em sua casa o caixão deve ser carregado pelos seus familiares e amigos até o veiculo que o transportará até o cemitério onde deve ser enterrado. Mas se esta cerimônia for realizada na capela do cemitério onde será enterrado, então o seu transporte deverá ser feito desde a capela até o seu túmulo através do meio que for recomendado pelos responsáveis pelo cemitério onde ele será enterrado.
- Enterro do corpo: – o caixão, após ser depositado dentro da cova deve receber uma fina camada de pemba ralada antes que seja coberto de terra. excluir
XII. Cruzamento da cova onde o falecido foi enterrado: – Após o túmulo ser coberto de terra e as flores serem depositadas sobre ele o sacerdote ministrante deve cerca-la com pemba ralada criando um circulo protetor a sua volta, e deve acender quatro velas brancas, uma acima da cabeça, uma abaixo dos pés, uma do lado direito e outra do lado esquerdo formando uma cruz, e proferir estas palavras: – Divino criador Olorum, amado Pai Obaluaiyê, amado Pai Omulú, senhores guardiões do Campo Santo, aqui eu selo e cruzo a cova onde (fulano de tal) teve seu corpo enterrado impedindo assim que ela venha a ser profanada e impedindo que seu espírito venha a ser perturbado por quaisquer ações que possam ser intentadas contra ele a partir de agora.
Amém!